Uma cachorra fugiu de casa e foi encontrada em um cemitério, ao lado do túmulo do pai da própria tutora. O caso aconteceu na quarta-feira (30), em São Mateus do Sul, no sul do Paraná, com a husky siberiana "Nairóbi", animal de estimação da família de Priscila Brusque.

Priscila conta que a filha dela, Kyra, de nove anos, sempre foi muito apegada ao avô e também à cachorra, que tem três anos de idade.

Após o animal fugir, as duas começaram a passar por lugares em que conhecidos contaram tê-lo visto, o que incluía o cemitério.

Porém, após vasculharem o local por cerca de 10 minutos e não acharem a "Nairóbi", como é chamada a cachorra, Kyra pediu para a mãe para que elas fossem até o túmulo do avô para rezar pela ajuda dele.

"Vocês não vão acreditar, mas ela estava ali ao lado do túmulo dele", escreveu Priscila, nas redes sociais.

Ao g1, ela contou que o pai, Nilton Brusque, costumava frequentar a casa dela, do marido, da filha - e da cachorra - diariamente. Ele morreu em dezembro de 2023, devido a complicações de uma cirurgia, e meses depois a família se mudou para a casa dele, para morar com a mãe de Priscila.

A husky siberiana Nairóbi tem três anos e esta foi a primeira vez que fugiu de casa, conta Priscila. Para ela, encontrar a cachorra no túmulo do próprio pai é muito mais do que uma coincidência.

"Ele que chamou ela lá pra gente achar, porque viu que a minha filha estava sofrendo", afirma.

Cachorra foi encontrada cerca de 45 minutos após fugir

Priscila conta que a mãe dela saiu de casa por volta das 8h30 e fechou, mas não trancou o portão. Na sequência, a husky siberiana conseguiu abri-lo sozinha e fugiu.

Ao perceber, Priscila publicou uma foto dela nas redes sociais pedindo ajuda de vizinhos. Ela começou a receber mensagens de conhecidos contando onde viram a cachorra e saiu com a filha para procurá-la nesses locais, que incluíam o cemitério.

O local fica a cerca de 2,5 km da casa da família, que levou cerca de 45 minutos até encontrar a cachorra.

"Quando cheguei no cemitério, encontrei duas vizinhas que falaram que viram a Nairóbi lá. Ficamos 10 minutos andando pelo cemitério, procurando ela, e quando já estava desistindo - porque tem vários portões e ela já podia ter saído de lá - minha filha falou: 'Vamos fazer uma oração para o vô nos ajudar'. Quando chegamos no túmulo, ela estava deitada no chão, ao lado", relata.

Carinho e homenagem

Priscila ressalta que o pai e a filha eram muito próximos e conta que a criança ficou muito abalada com a morte dele. Foi devido a esse carinho, acredita, que a menina pediu para orar para o avô para achar a cachorra.

"Era um amor fora do comum", conta.

O homem construiu diversos itens de marcenaria para a neta e para a família, como um berço, uma cadeirinha e um barco, que a família usava para pescar e usou nas enchentes que abalaram a cidade em 2023.

Como forma de homenagem, agora o barco está sendo transformado em um jardim para o quintal da casa, para manter viva a memória de Nilton e o carinho que ele tinha com toda a família - com a esposa, a filha, o genro, a neta e também a cachorra Nairóbi.

 

Por Millena Sartori, g1 PR

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