O estado de São Paulo
registrou entre janeiro e abril deste ano 88 casos de feminicídio, um recorde,
se comparado ao mesmo período de 2023, de acordo com dados da Secretaria da
Segurança Pública (SSP), que monitora esse tipo de crime desde 2018.
Somente na capital paulista, o
número de feminicídios consumados nos quatro primeiros meses ao ano chegou a 18
— um aumento de quase 40% em relação ao mesmo período de 2023.
Para Teresa Cabral, juíza do
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), os dados são reflexos do
enfraquecimento das políticas públicas de enfrentamento à violência doméstica e
familiar contra mulheres. "A gente
vem falhando muito no que diz respeito à prevenção às mulheres.
Para que elas consigam sair
dessa situação [de violência], é necessário que haja uma série de ações e de
medidas que instrumentalizem as formas para que elas possam sair disso",
diz a magistrada.
Feminicídios no estado de SP
(jan-abr):
2018: 35 casos
2019: 55 casos
2020: 70 casos
2021: 53 casos
2022: 60 casos
2023: 80 casos
2024: 88 casos
Ainda segundo a juíza, a
maioria dos casos de feminicídio ocorre aos finais de semana e à noite, sendo
necessário ampliar o serviço de atendimento às vítimas de violência nesses
períodos.
"São os momentos mais
críticos, de maior dificuldade, que é quando os serviços precisam estar à
disposição, como delegacias de defesa da mulher, serviços de assistência
social, de atendimento, serviços que possam efetivamente garantir que ela
[vítima] tenha possibilidade de se ver livre daquela violência e que ela possa
efetivamente sair daquela situação".
Procurada, a SSP afirmou que
analisa de forma contínua a variação dos registros dos casos de feminicídio e
violência contra a mulher para estabelecer políticas públicas de enfrentamento.
Disse ainda que realiza campanhas para estimular denúncias e combater a
subnotificação de casos.
Fonte: TV Globo e g1 SP