
Nos últimos tempos, as queixas
sobre a memória têm se tornado cada vez mais comuns. Com o aumento da
expectativa de vida, surge uma questão intrigante: será que as falhas de
memória que estamos observando são apenas esquecimentos comuns, parte natural
da vida, ou sinalizam o início de um quadro demencial?
A memória é uma das funções
cognitivas mais fascinantes que possuímos. Através dela, armazenamos
informações que podem ser recuperadas e utilizadas quando necessário. No
entanto, o processo de recordar pode ser afetado por diversos fatores, levando
a diferentes tipos de esquecimento. Por isso, é essencial saber diferenciar o
esquecimento comum da Doença de Alzheimer, uma forma de demência, para
compreender melhor o envelhecimento e a saúde mental.
Todos nós já tivemos momentos
de esquecimento – como confundir palavras, trocar o nome de alguém que
conhecemos há tempos, esquecer onde deixamos o celular ou algum objeto. Esses
lapsos ocasionais são comuns a qualquer um de nós e podem ser atribuídos a fatores
como estresse, cansaço, sobrecarga de informações ou distrações, geralmente sem
interferir na autonomia da pessoa.
A Doença de Alzheimer, por
outro lado, é uma condição neurodegenerativa que avança de maneira progressiva
e irreversível. O prejuízo da memória de curto prazo é a primeira observação
clínica. Seus impactos vão além da memória: afetam atenção, raciocínio linguagem,
a percepção de tempo e espaço. Há também sintomas como alterações de
comportamento, humor deprimido, apatia, agitação, perturbação no ciclo do sono,
dentre outros.
Incialmente, os sintomas podem
ser sutis, como a dificuldade em lembrar de eventos recentes ou atividades
cotidianas. Isso pode fazer que familiares demorem a perceber que há um
problema, considerando que aquele declínio de memória é comum da idade avançada,
o que pode atrasar um diagnóstico precoce da doença.
É importante ressaltar que
esquecimentos em idosos também podem estar ligados a quadros depressivos. Nesta
fase da vida muitos enfrentam a solidão ou sentem que perderam o propósito, o
que pode afetar a saúde mental.
O fato é que com o
envelhecimento significativo da população brasileira, é fundamental que
discutamos mais sobre a saúde dos idosos e a Doença de Alzheimer. A
conscientização sobre o assunto é crucial, especialmente em uma sociedade em
que há uma ênfase na juventude, marginalizando o envelhecimento.
O reconhecimento precoce
possibilita intervenções adequadas que podem melhorar a qualidade de vida do
paciente e de seus familiares, além de reduzir a sobrecarga física, psíquica,
social e emocional que todos enfrentam. A busca de informações são passos importantes
para cuidar melhor da memória e do bem-estar na terceira idade. Créditos:
Joselene L. Alvim- psicóloga
G1