Moradores da região de Marília (SP) que dependem do Programa de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (Medex) estão reclamando da demora para o recebimento de medicamentos e insumos hospitalares garantidos pela Justiça.

O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília atende à macrorregião do centro-oeste do estado de SP e abrange 62 municípios e 12 mil moradores pertencentes às regiões de saúde de Adamantina, Assis, Marília, Ourinhos e Tupã.

Falta de fraldas

Luciana de Almeia Leonildo é dona de casa e tem uma medida judicial para retirar 200 fraldas por mês para o filho de 13 anos, que tem hidrocefalia e paralisia cerebral. Segundo a dona de casa, as fraldas do modelo específico que seu filho precisa estão em falta desde maio.

"Liguei para a DRS, e eles disseram que precisamos aguardar. Na semana passada, mandaram uma mensagem pedindo o número da minha conta, afirmando que iriam enviar o dinheiro para que eu pudesse comprar as fraldas, mas até agora não recebi nada. É uma situação que não posso ignorar, pois utilizamos as fraldas todos os dias e preciso trocar diariamente. Não posso ficar esperando tanto tempo", explica a dona de casa.

Luciana ainda explica que precisou comprar as fraldas com seu próprio dinheiro à espera do ressarcimento do valor, que custa a chegar.

"Estamos devendo quase R$ 2 mil na farmácia, pois as fraldas são caras. Estamos pagando em parcelas", explica. Em nota à TV TEM, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília informa que realizou o remanejamento das fraldas Bigfral Plus para atender ao paciente.

 Já a Secretaria de Estado da Saúde (SES) ressaltou que a aquisição de medicamentos requer processo licitatório, cujos trâmites obrigatórios podem sofrer atrasos, como em casos de pregões desertos.

Família vendeu móveis

A técnica de enfermagem Mara Lúcia Bissoli é mãe de Maria Luiza e reclama sobre a falta de acesso a um leite específico e de alto custo necessário para ela. Maria Luiza ficou meses internada após o parto e, por isso, precisa de uma nutrição especial.

A família conseguiu obter a fórmula uma única vez através do sistema de saúde (Medex), mas, desde então, não houve mais disponibilidade, nem previsão de quando o leite estará novamente acessível.

A mãe conta que chegou a vender móveis de casa para comprar o leite da filha.

"Estamos comprando leite por conta própria, com a ajuda da família. Já precisei vender alguns itens de casa para conseguir comprar a fórmula, o pai faz o possível para ajudar, e as irmãs também contribuem como podem", disse a mãe.

Em nota à TV TEM, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília informou que realizou o remanejamento do insumo Pregomin para atender à demanda da paciente e que um novo lote do Pregomin será entregue em Marília até a próxima semana.

 

g1 Bauru e Marília

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