Um menino ganhou de presente dos pais adotivos uma capela no quintal de casa, em Bauru, no interior de SP. O pedido inusitado pela construção do santuário veio da própria criança, que queria "um lugar em casa para rezar".

Com quatro metros de comprimento por três de largura, a Capela Santo André conta com todos os detalhes de uma igreja tradicional, como altar, púlpito, imagens sacras e um sino, e foi batizada em homenagem ao seu idealizador: o pequeno André Luiz, de apenas sete anos.

Após quatro meses de construção, o espaço foi aberto ao público no último dia 9 de julho e teve uma missa inaugural ministrada pelo padre Gilson Luiz Maia, que congrega e reside em Roma, na Itália, mas estava em Bauru, onde foi pároco da igreja frequentada pela família de André.

"Foram cerca de 80 pessoas. Dentro da capela cabem, com muito conforto, 14 pessoas sentadas, o restante ficou no quintal. Convidamos pessoas que fazem parte da rede de apoio do André, como professores, pedagogos, amigos e parentes", conta a mãe Jaqueline.

Capela Santo André, em Bauru (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Capela Santo André, em Bauru (SP) — Foto: Arquivo pessoal

'Milagre'

Adotado ainda quando recém-nascido, André foi criado em uma tradicional família católica brasileira. É tido pelos pais como parte de um milagre que chegou junto à cura de um câncer enfrentado pela mãe.

"Eu me recuperava de um câncer de mama, fiz o tratamento e, no último dia da radioterapia, me ligaram e contaram do André. Ele tinha apenas 40 dias de vida", relembra.

Jaqueline explica que, apesar da religiosidade e da criação em uma família católica, o filho tem "liberdade para fazer suas escolhas" e que o pedido para a construção da capela nasceu espontaneamente.

"Fomos criados no catolicismo, e o André nos acompanha nas missas. A influência que tivemos no pedido foi essa. Esse desejo de conhecer igrejas que ele tem nasceu única e exclusivamente do coraçãozinho dele", explica.

"Estávamos um dia eu e meu marido conversando sobre a obra que fazíamos em casa. O André chegou para mim e disse: já que você está fazendo a obra, eu poderia ter uma capela para mim?. Eu disse que ele teria um altar na casa nova para guardar as imagens dele. Mas aí ele falou que gostaria que tivesse um lugar com entrada, bancos e um altar. Então, se o sonho dele era uma capela, e eu achei lindo e maravilhoso esse pedido, porque ele podia ter me pedido um videogame, uma viagem, um brinquedo, pensei: cabe uma capela na minha casa", revela Jaqueline.

Única igreja com o nome em homenagem a Santo André em Bauru, o local é restrito a familiares e amigos e já presenciou grandes momentos da família. "Eu e meu marido aproveitamos para renovar os votos de 15 anos de casados no local", revela Jaqueline.

André, por sua vez, continua apaixonado pela capela e aproveita o espaço para rezar, como desejado inicialmente, e aprender novos talentos. "Ele amou o resultado. Os olhinhos dele brilharam quando viu. Ele gosta de ficar lá, toca o tecladinho dele", conta a mãe.

Pais de André Luiz aproveitaram missa inaugural para renovar votos de casamento — Foto: Arquivo pessoal

Pais de André Luiz aproveitaram missa inaugural para renovar votos de casamento — Foto: Arquivo pessoal

Em virtude da religiosidade do filho, Jaqueline geralmente é questionada se André seguirá como padre no futuro, porém, a mãe faz questão de ressaltar que a escolha pela vida religiosa dependerá única e exclusivamente do desejo do filho.

"Eu não sei se ele vai ser [padre], Deus é que sabe se ele vai ser um religioso ou não. A minha função, nesse momento, com uma criança de sete anos, é incentivá-lo a realizar os sonhos dele. Eu, como mãe, só quero que ele seja feliz, que ele possa fazer as escolhas e tenho certeza que Deus vai direcioná-lo", pontua.

André Luiz ao lado dos pais Jaqueline e Eder Maganha, em Bauru (SP) — Foto: Arquivo pessoal

André Luiz ao lado dos pais Jaqueline e Eder Maganha, em Bauru (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Fonte: g1 

Fonte: g1 

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