Um homem suspeito de assassinar uma mulher em um motel em Olímpia (SP), na região de São José do Rio Preto (SP), foi preso em flagrante, na tarde desta sexta-feira (3), durante uma abordagem feita pela fiscalização da Polícia Militar Rodoviária a um ônibus no km 567 da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Presidente Prudente (SP). A prisão foi resultado de uma "perseguição virtual" ao veículo através do sistema conhecido como Detecta.

O Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) havia despachado via rádio informações para a rede da corporação com as características do ônibus, com placas de Ribeirão Preto (SP), pertencente ao pai do suspeito, em que poderia estar o foragido autor do crime.

A fiscalização constatou, então, que o suspeito, de 30 anos, era um dos passageiros do veículo abordado na Rodovia Raposo Tavares e, após a prisão, o encaminhou à Delegacia Participativa da Polícia Civil, em Presidente Prudente, onde o homem permaneceu à disposição da Justiça.

O crime vitimou Silvia Mirian Ângelo Ramos, de 56 anos, que foi encontrada morta em um motel em Olímpia, na madrugada da quinta-feira (2).

Conforme o Boletim de Ocorrência, registrado como homicídio, Silvia Mirian era moradora de Severínia (SP), na região de Barretos (SP), e havia combinado uma corrida naquele horário com uma motorista por aplicativo. No local, a condutora tentou contato com Silvia, mas a passageira não retornou.

Desconfiada, a motorista foi até o quarto do motel e encontrou a vítima sozinha e desacordada sobre a cama.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte da mulher.

Ainda segundo a polícia, funcionários do motel viram um homem pulando o muro e fugindo do local. O celular da vítima também foi levado por ele.

O corpo de Silvia foi levado ao Instituto Médico Legal (IML), em Barretos, sem sinais de violência.

A Polícia Científica foi acionada para comparecer ao local e realizar a perícia.


'Perseguição virtual'

Para conseguir prender o suspeito, os policiais fizeram uma "perseguição virtual" ao ônibus, através do sistema Detecta, e tomaram conhecimento de que o veículo tinha passado pelo radar em frente à Base da Polícia Militar Rodoviária, em Presidente Prudente, por volta das 7h05. A fiscalização encontrou o veículo, em que estavam o suspeito e o pai dele, em uma via marginal na altura do km 567 da Rodovia Raposo Tavares às 15h30.

Questionado sobre o crime, o rapaz ficou nervoso e passou a dizer coisas sem sentido, segundo a polícia.

O pai dele alegou que, em princípio, somente tinha ido buscar o filho na cidade de Martinópolis (SP), na região de Presidente Prudente, e não havia dito mais nada.

Quatro celulares que estavam com o pai e o filho foram apreendidos para auxiliar nas investigações.

Os militares salientaram que a roupa que o rapaz usava durante o crime foi encontrada dentro da caixa de água do ônibus em que ele foi detido.

Outra suspeita é a de que o ônibus tenha sido todo pintado de preto como uma forma de tentar despistar a polícia na fuga.


Relacionamento entre vítima e suspeito

Na delegacia, o suspeito alegou à Polícia Civil não se recordar de muita coisa, pois acreditava que um homem para o qual trabalhava teria colocado algo em sua bebida, mas se lembrava de que, quando havia saído do motel, a vítima ainda estava viva e bem, e negou ter ter matado a mulher.

O pai contou à Polícia Civil que, na madrugada da quinta-feira, seu filho havia lhe telefonado e dito que "tinha feito uma cagada" e que era para buscá-lo no trevo de saída da cidade de Olímpia, e assim o fez.

Ao receber uma mensagem de uma filha, dizendo que o rapaz era suspeito de um homicídio, o pai teria confrontado o jovem, mas ele negou envolvimento no crime.

Uma testemunha, amiga da vítima, informou à Polícia Civil ter conhecimento de que Silvia mantinha um relacionamento com o suspeito.

Outras duas testemunhas foram as pessoas que levaram a vítima e o autor até o motel e que buscaram Silvia posteriormente.

"Destarte, tenho que as circunstâncias fáticas extraídas dos autos revelam a concreta periculosidade do indiciado, constituindo indícios veementes da potencialidade lesiva do delito em comento, que abala seriamente a ordem social, conferindo idoneidade ao decreto prisional cautelar, razão pela qual deve ser convertida a prisão em flagrante em preventiva", concluiu o delegado Eduardo Iasco Pereira, que representou à Justiça pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do suspeito.

 

G1

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