Morar em um ambiente rodeado de verde, barulho de aves e ar fresco das árvores parece um sonho para muitas pessoas que vivem em cidades movimentadas e cercadas de grandes prédios e condomínios de concreto.

A paz e a calmaria que se pode encontrar nesses lugares repletos de verde e ar puro são um convite para quem busca viver de forma mais tranquila e em contato direto com a natureza.

Fora os benefícios para a saúde mental, morar em campos e chácaras pode melhorar, e muito, a qualidade de vida. Além disso, é importante para a saúde respiratória, ajudando no tratamento de pacientes que têm bronquite asmática, doença que pode ser desenvolvida por conta da poluição do ar.

Nossa reportagem conversou com dois especialistas em saúde mental e respiratória para entender melhor quais são as vantagens para quem decide se mudar da cidade grande para o campo. Confira:


✌️ Menos estresse

O médico pneumologista Alexandre Augusto Campedelli, inclusive, viveu a experiência de sair da grande São Paulo e se mudar para Sorocaba, no interior do estado, em busca de uma melhor qualidade de vida.

"Eu morava em São Paulo e saí de lá por causa do excesso de trânsito. Eu passava mais tempo no trânsito do que na minha casa, chegava a ficar parado quase três horas para chegar ao meu destino final. Então, a primeira coisa que a gente pode destacar é em relação ao estresse. Como cidades mais próximas à natureza possuem menos trânsito, o estresse com a demora e a poluição sonora e do ar são muito menores", diz.

🌬️ Ar mais puro

Além da redução do estresse, Alexandre destaca a qualidade do ar que podemos encontrar em lugares arborizados e com uma grande quantidade de verde.

"Quando moramos no interior, em uma chácara ou sítio, por exemplo, estamos expostos a vários estímulos benéficos para a saúde, tanto visuais, quanto em relação ao ar mais puro, menos carregados de poluição", reforça.

Prova disso é que o pneumologista tem muitos pacientes asmáticos ou com bronquites respiratórias que deixaram as grandes cidades, como São Paulo e o ABC Paulista, e optaram por morar em lugares mais tranquilos, mantendo um contato direto com a natureza. De acordo com o médico, eles relatam diminuição das crises respiratórias desde que passaram a morar no interior.

"Tenho muitos pacientes que decidem mudar de vida e optam por morar em locais afastados da loucura de se viver na cidade, e relatam uma grande melhora em seus quadros de crises respiratórias, após se mudarem para regiões de grande natureza", comenta.

🍊 Rotina mais saudável

Morar no campo traz, ainda, a possibilidade de manter uma rotina mais saudável. Com um espaço maior, é possível produzir os próprios alimentos através de hortas caseiras e plantações de árvores frutíferas, o que faz com que a alimentação fique mais natural.

Além de terem menos chances de desenvolver doenças respiratórias, as crianças que crescem em contato com a natureza podem desfrutar dos espaços para brincar em meio aos animais e às plantas.

"Além do benefício mental, podemos encontrar o benefício para o nosso corpo, tendo mais tempo para fazer as nossas coisas, sem nos preocupar tanto com os horários, já que o fluxo de trânsito é menor. Também temos mais tempo com a família, dando a possibilidade de uma vida mais saudável para os nossos filhos também", continua.


💆‍♀️ Saúde mental

A psicóloga Suelen Santos destaca que a sensação de relaxamento e bem-estar que áreas verdes podem proporcionar é de extrema importância para a promoção da saúde mental.

"Estudos demonstram que a disponibilidade de áreas verdes tem o potencial de provocar a sensação de relaxamento e bem-estar, além de facilitar a prática de atividades físicas, o que contribui para a promoção da saúde mental na população", diz.

No entanto, ela ressalta que a saúde mental pode ser "conquistada" morando em lugares com bastante verde, mas que cada pessoa lida de maneira individual com esse assunto, e que é importante cada indivíduo reconhecer de quais formas ele pode alcançar o bem-estar psicológico.

"Essa satisfação não depende exclusivamente do ambiente onde a pessoa está inserida, mas, sim, da capacidade emocional da pessoa em perceber este ambiente e também qual acesso ela terá à promoção de saúde para o além dos verdes nos campos, acesso à promoção de saúde física, mental, educacional, saneamento, entre outras", finaliza.

 

*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku

 

G1

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