Nesta terça-feira (30), a voz
de uma família de Bauru (SP) ecoará nos corredores da capital brasileira,
Brasília (DF), em uma batalha que transcende as paredes do Congresso Nacional.
Alexandre e Graciele Morcelli, pais de Artur, de 4 anos, e Raul, de 1, enfrentam
um desafio que vai além da compreensão médica convencional: a Distrofia
Muscular de Duchenne.
Diagnosticados com essa doença
genética rara há cerca de um ano, os dois pequenos enfrentam uma jornada árdua,
cujo desfecho é incerto. Porém, uma esperança recente despontou no horizonte
sombrio da doença: uma medicação que pode custar cerca de R$15 milhões e que
promete retardar sua evolução em até cinco anos.
A doença, também conhecida
como Distrofia de Duchenne, é um desafio diário para famílias como a dos
Morcelli. Afetando predominantemente meninos, a distrofia é degenerativa,
causada pela falta de uma proteína essencial chamada distrofina, que atua como
um amortecedor para os músculos. Com o passar dos anos, a musculatura
cardiorrespiratória é comprometida, muitas vezes levando ao óbito entre os 20 e
30 anos de idade.
No entanto, uma luz de
esperança surgiu quando, em junho de 2023, a Food and Drug Administration
(FDA), agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, aprovou uma
medicação que pode alterar o curso dessa triste realidade. Esta droga promete
não só retardar a progressão da doença, mas também permitir um desenvolvimento
mais saudável para os portadores.
O desafio, porém, está na
acessibilidade dessa medicação. Com um custo estratosférico de aproximadamente
R$15 milhões, e sem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), a luta dos Morcelli não é apenas pessoal, mas uma batalha por acessibilidade
e direitos de saúde para todos.
Em uma entrevista exclusiva ao
G1, Graciele Morcelli compartilhou os desafios enfrentados desde o diagnóstico
precoce dos filhos. "Começou uma corrida. Fomos em diversos médicos,
buscamos centros especializados para o acompanhamento diário, que requer
fisioterapia, fonoaudiologia, entre outros cuidados", relata.
A família não está sozinha
nessa batalha. Nesta terça-feira (30), em Brasília, uma audiência pública será
realizada, representando não apenas os Morcelli, mas todas as crianças que
enfrentam a mesma luta em todo o país. A campanha pede apoio, sugerindo que as
pessoas vistam verde, a cor nacional da distrofia muscular de Duchenne, e
compartilhem nas redes sociais o pedido para que a Anvisa aprove o remédio.
Enquanto isso, o tempo é o
mais feroz inimigo. A medicação só pode ser aplicada em crianças entre 4 e 5
anos, destacando a urgência da situação para os Morcelli e outras famílias em
situação semelhante.
A Distrofia Muscular de
Duchenne não é apenas uma doença física; é uma batalha que exige mais do que
força muscular, exige determinação, apoio e uma voz unida em prol daqueles que
enfrentam esses desafios diariamente.
Enquanto a família Morcelli
leva sua luta ao Congresso Nacional, eles representam não apenas seus próprios
filhos, mas todas as crianças cujas vidas dependem da esperança de um
tratamento acessível e eficaz. Esta é uma batalha pela vida e pela dignidade,
uma batalha que não pode ser perdida.
Broto News Radio e Website com
informações do G1 Bauru e Marilia
*Texto supervisionado por Mariana Bonora.