A central Waleska Moreira de
Oliveira morreu na noite desta quinta-feira (21) em São Paulo. Campeã olímpica
com a seleção brasileira de vôlei em 2008, a atleta estava aposentada desde o
final da temporada 2021/2022, quando defendia o Praia Clube de Uberlândia.
Em nota, a Secretaria de
Segurança Pública do estado de São Paulo disse que a Polícia Civil investiga a
morte ocorrida por volta das 18h desta quinta no bairro de Cerqueira César, na
zona oeste da capital. O documento informa que foi solicitada a perícia no
local. Segundo a nota, detalhes serão preservados para garantir autonomia ao
trabalho policial. Ela teria caído do 17º anda do prédio em que morava.
A Confederação Brasileira de
Vôlei (CBV), em nota oficial, lamentou o falecimento da atleta, que além do
ouro em Pequim 2008, também ganhou o bronze em Sydney 2000, três títulos do
Grand Prix, os Jogos Pan-Americanos de 1999 e a Copa das Campeões de 2013 pela
equipe nacional. “Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte
será para sempre lembrada e reverenciada. Neste momento tão difícil, a CBV se
solidariza com a família e os amigos desta grande jogadora”, disse o presidente
da CBV, Radamés Lattari.
Nessa madrugada, após tomar
conhecimento da morte da jogadora, a Seleção entrou em quadra, no Japão, e
perdeu para a Turquia por 3 sets a 0 (21/25, 27/29 e 19/25), pelo Pré-Olímpico.
As jogadoras utilizaram braçadeiras em homenagem à central. “A Wal foi um
exemplo de coragem, de resiliência, uma mulher forte. Ela fez parte de uma
geração que me fez querer ser jogadora de vôlei. Estivemos com ela há pouco
tempo em Barueri e, mais uma vez, ela deixou uma mensagem de incentivo muito
forte. Queremos continuar esse legado que ela deixou para nós”, lamentou a
ponteira Gabi.
“Está doendo muito. Sabíamos
que tínhamos que disputar esse jogo, nos juntamos e deixamos para chorar depois
da partida. Foi difícil conter as lágrimas na nossa oração de pré-jogo. Temos
mais dois jogos importantes para a classificação e hoje deixamos a desejar em
algumas situações. Agora vamos sentir esse luto. Quando cheguei na seleção a
Wal era uma das mais experientes. Aprendi muito com a postura dela. A Wal foi
um espelho pela educação, o charme e a resiliência. Ela representou o Brasil
lindamente. O esporte perde um grande ícone, uma representante de muito amor
pelo voleibol", disse a central Thaísa.
“É um momento muito difícil,
de muita tristeza. A Walewska foi um exemplo de dedicação, comprometimento, ela
tinha tudo de bom que uma atleta pode ter. Ela sempre se cuidou muito, ajudou
seus times, desde muito nova. Ficamos sem chão. Falando do jogo, a Turquia
pressionou o nosso time e nosso saque precisava fazer mais a diferença. Agora
temos que pensar na Bélgica e no Japão para buscar a nossa classificação. Temos
que deixar passar esse momento triste. Eu conheci a Walewska e sei que se ela
tivesse aqui ela pediria para jogarmos por ela. A Walewska deixa um legado como
atleta e ser humano. Ela foi uma atleta que todo o treinador gostaria de ter no
seu time”, falou o técnico José Roberto Guimarães.
Natural de Belo Horizonte,
Waleswka defendeu diversos clubes durante a vitoriosa carreira. Começou no
Minas, entre 1995 a 1998. Voltou ao clube entre os anos de 2014 e 2015. Jogou
pelo Rexona/Ades, São Caetano, Sirio Perugia da Itália, Murcia da Espanha,
Zarechie da Rússia, Vôlei Futuro, Vôlei Amil, Osasco e Praia Clube. No Brasil,
tinha duas conquistas da Superliga (1999-2000 e 2017-18), Supercopa (2019, 2020
e 2021), Campeonato Mineiro (2019 e 2021), Sul-Americano (2021). O Praia Clube
aposentou a camisa 1 utilizada pela jogadora.
Fonte: bondnews