O namorado da médica Laís Cristina Agostinho Xavier, que morreu junto dos seus três animais de estimação em um acidente de carro, afirmou estar sendo difícil enfrentar o luto após perder os "amores de sua vida".

O carro conduzido por Laís Xavier, de 29 anos, capotou na Rodovia Marechal Rondon (SP-300), em Presidente Alves (SP), na última terça-feira (9), após ela perder o controle da direção. Laís estava com dois gatos e um cachorro, que também morreram.

A nossa reportagem, o namorado da médica Guilherme Gargaro Koga contou que os dois eram apaixonados pelos pets e que a partida precoce dos quatro é um pedaço dele que também foi embora.

"Ela era minha vida, os pets eram nossos filhos, todos adotados. É um pedaço de mim que foi embora. Perdi minha família, os amores de minha vida. É uma dor imensurável, um sentimento difícil de definir", desabafa o advogado, de 30 anos.


Além das gatas Vanny e Nutella e da cadela Ana, que morreram no acidente, o casal tinha um quarto animal de estimação, o cachorro Apollo. Com três anos de relacionamento completados em novembro de 2023, Laís e Guilherme tinham planos para o futuro, incluindo a criação de uma Organização Não-Governamental (ONG) voltada para proteção e cuidados animais.

"O nosso sonho era ganhar dinheiro para ter uma ONG e ajudar todos os animais de rua. Eu tenho sítio, fazer um lugar lá com espaço. Em Lins, tem umas colônias de gatos de rua e ela comprava ração todo mês para dar para os gatinhos. Na sexta, viemos com 40kg de ração no carro", revela Guilherme.


Recém-formada na residência em clínica médica, Laís havia saído da casa de familiares em Lins (SP), com destino a Bauru (SP), onde morava e trabalhava, quando sofreu o acidente no percurso. Guilherme revela que o último contato com a namorada foi uma conversa amorosa e que encontraria a jovem na tarde daquele dia.

"Dormimos abraçados. Cedo ela pegou os pets e eu fui me despedir. Abracei e falei: ‘amor, por favor, tenta não correr’. Fora as palavras de afeto ‘eu te amo’ e que já estava com saudade", conta.

“O trajeto era feito comigo. Eu sempre dirigia, sempre fui o motorista dela. Era pra eu estar com ela. Mas naquele dia, eu ia de ônibus mais tarde para Bauru”, complementa.


Nas redes sociais, os dois compartilhavam fotos do casal, que completou três anos de relacionamento em novembro de 2023.

"04.11.23 - 3 anos de nós! Eu só queria dizer que te amo infinitamente, pra todo sempre. E que não imagino a minha vida sem você. Como poderia? Todos os meus planos são pensados envolvendo nós dois, em cada detalhe. Não existe mais 'eu', sempre 'nós'", se declarou Laís ao companheiro em postagem no Facebook.


Apaixonados pelo personagem animado Stitch, de "Lilo & Stitch", o advogado fez uma tatuagem em homenagem à namorada. No momento, Guilherme procura forças para lidar com a perda e, para isso, se agarra nos bons momentos vívidos ao lado da companheira de vida.

"Ela era perfeita, de todas as formas. Uma mulher dedicada no trabalho e em tudo que fazia. Tudo com amor. Se orgulhava de quando ajudava um paciente no hospital. O mundo não podia perder isso. Ela ia ajudar muita gente", diz.


"Ela era meu mundo. Minha vida. A nossa vida era planejada como casal. Não existia eu ou ela, éramos sempre nós.


Capotamento

Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMR), a jovem perdeu o controle da direção do veículo que dirigia e bateu contra a canaleta de escoamento de água do canteiro central. O acidente foi registrado por volta das 6h da manhã de terça-feira, na altura do quilômetro 385 da Rodovia Marechal Rondon (SP-300), em Presidente Alves (SP).

Com o impacto, o carro capotou e só parou no acostamento da pista de sentido oposto. Laís estava com seus animais de estimação no veículo, dois gatos e um cachorro, que também morreram. Os gatos se chamavam se chamavam Vanny e Nutella e cadela era Ana.

O caso foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor no Distrito Policial de Presidente Alves. As causas do capotamento serão investigadas.

O corpo de Laís foi sepultado na manhã desta quarta-feira (10), no Cemitério da Saudade, em Lins.

 

 

G1

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